Teoria das cores: conceito e prática

By : Deb Folloni

9/14/21

Quem trabalha em setores de criatividade, como design e comunicação, precisa entender o impacto da teoria das cores para potencializar os resultados das suas estratégias de marketing B2C, B2B e a experiência do usuário.

Para entender melhor como funciona esse assunto, desenvolvemos um guia completo sobre a teoria, destacando conceitos, dicas práticas e ferramentas que ajudam a implementá-la com mais facilidade.

Por que a teoria das cores é importante para o design?

Para que a mensagem seja transmitida de maneira eficiente é necessário que se faça o uso das cores de maneira consciente. Não é por acaso que uma placa de PARE usa a cor vermelha, assim como o amarelo sinaliza atenção. Não são meras opções de design, são cores que exercem uma função na mensagem e é importante conhece-las. Se você vir uma placa de PARE sem o lettering, apenas com a cor vermelha, você entenderá a mensagem ali transmitida. Daí a necessidade de se estudar qual é a cor que funciona para entregar a mensagem a ser transmitida com base na Teoria das Cores e, óbvio, por algumas convenções a serem consideradas.

Os profissionais que estudam a Teoria das Cores conseguem desenvolver peças mais impactantes cuja conexão com o público é claramente eficiente porque entregam a mensagem.

O que é a Teoria das Cores? 

A cor é uma impressão gerada na retina pela luz, após ser refletida por objetos que visualizamos. Os nossos olhos são capazes de identificar cerca de 1 milhão de cores que terão suas variações de ondas percebidas pelo cérebro. Entretanto, o que é mais curioso é que essa enorme quantidade tons deriva de apenas 12 classificadas como primárias, secundárias e terciárias. Elas fazem parte do círculo cromático.

 

Como é feita a hierarquia das cores?

O círculo cromático é distribuído entre 12 cores.

  • 3 primárias;
  • 3 secundárias;
  • 6 terciárias.

A mistura dessas tonalidades ajudam a construir outras cores, que podem ser mais ou menos intensas. O formato depende da quantidade utilizada.

  • Cores primárias: amarelo, vermelho e azul. Elas são as mais básicas do círculo. Servem como base para outras cores;
  • Cores secundárias: combinação de duas cores primárias. A laranja é a junção de amarelo e vermelho. O verde é a junção de azul e amarelo. Já o roxo é a junção do vermelho e azul;
  • Cores terciárias: são construídas a partir da junção de uma cor primária e uma cor secundária.

Círculo cromático. Imagem retirada do site Voxel Digital

Círculo cromático. Imagem retirada do site Voxel Digital

 

 

Como usar a Teoria das Cores no design?

Para que você possa implementar a Teoria das Cores em suas criações, listamos um passo a passo que vai facilitar o processo de uso das técnicas.

Conheça o objetivo do trabalho

O primeiro passo é entender qual é o objetivo do trabalho, ou seja, qual a mensagem que deve ser compartilhada com o público e quais são as sensações que devem provocar na audiência por meio do material visual.

Estude a audiência

Um dos erros mais comuns na hora de construir um projeto é não pensar na audiência. Ignorar esse tipo de informação pode trazer consequências negativas para a rotina de trabalho, como a temida refação e a insatisfação dos clientes.

Conhecer as características do público é essencial para construir um ótimo projeto. Afinal, uma peça que é desenvolvida para pessoas mais jovens não terá o mesmo impacto para as pessoas da terceira idade.

Por isso, você deve entender quais são as dores da audiência, os seus objetivos, estilos de cores que elas mais gostam, entre outras questões.

Uma dica interessante é ter um contato mais próximo com o time de marketing. Esses profissionais buscam constantemente alcançar o cliente ideal de um negócio. Então, eles podem ser uma excelente fonte de informação para compartilhar dados interessantes sobre a audiência.

Em um primeiro momento, para alguns profissionais, essa dica pode parecer óbvia. No entanto, a falta de experiência ou o excesso de tarefas faz com que muitas vezes o trabalho seja desenvolvido de forma automática. Dessa forma, o projeto não consegue atingir as expectativas da empresa e do cliente.

Crie projetos acessíveis

Grande parte dos profissionais também não se lembram dos daltônicos quando escolhem as tonalidades de um projeto. Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, optou pelo azul como cor primária porque é a tonalidade que consegue enxergar com mais facilidade, uma vez que ele é daltônico. Portanto, antes de iniciar um projeto, pense como aquele material pode ser acessível para todas as pessoas, e não somente para um grupo de indivíduos.

Alinhe o projeto com a marca

Não reinvente a roda. Um designer de sucesso é aquele profissional que desenvolve um projeto de acordo com as cores da marca de uma empresa. Se ela trabalha com as tonalidades azul e verde, mantenha o mesmo tom no projeto, mesmo que você não concorde com a harmonização das cores.

Para garantir um diferencial competitivo no mercado ou surpreender as pessoas da empresa, você pode oferecer algumas sugestões sobre quais seriam as cores mais adequadas para a audiência. Assim, é possível mostrar que está envolvido com o negócio e quer construir um excelente trabalho.

No entanto, para a tarefa deste momento, seja fiel às cores e não deixe que a sua opinião influencie na qualidade do projeto. Faça o seu melhor e encante as pessoas que serão responsáveis por aprovar o material.

Verifique o contraste

Uma das principais vantagens em trabalhar com design é a possibilidade de variar as paletas de cores. Ao contrário do que grande parte das pessoas imagina, nem sempre elas impactam na harmonia do projeto.

Imagine que você está desenvolvendo uma peça que remete ao meio ambiente. Para apresentá-lo da melhor forma, as cores análogas são bem-vindas. O conjunto de cores lembra bastante a harmonia que pode ser identificada na natureza.

Pense na interação com o público

Outra dica interessante é não esquecer o tempo de interação do público com a sua peça. Se você vai desenvolver um layout grande, recomendamos não utilizar os tons complementares ou diminuir a quantidade de cores vibrantes, uma vez que elas deixam a vista do público cansada.

Trabalhe o contraste

Nunca é demais lembrar o quanto o contraste não pode ser ignorado em um projeto. Ele será responsável por auxiliar o usuário a identificar as informações da peça com mais agilidade.

Use o guia emocional das cores

O sentimento que você deseja passar no seu projeto é importante e as cores são fundamentais para passar sua mensagem:

Imagem retirada do site Geração Criativa

Quais as ferramentas (algumas delas) para escolher as cores?

Existem diversas ferramentas que ajudam o profissional a escolher quais são as tonalidades mais indicadas para os projetos. Conheça abaixo as características de cada uma e como elas funcionam.

Adobe Color CC

A primeira ferramenta da nossa lista é a Adobe Color CC. Ela é indicada para profissionais seniors, pois contém personalizações avançadas, além de trabalhar com regras de cores específicas.

  • Compostos;
  • Tríades;
  • Monocromático.

Uma dos principais benefícios da ferramenta é que ela pode ser utilizada nos painéis disponíveis no Illustrator, InDesign e Photoshop. Recentemente, ela lançou recursos interessantes para os usuários, como o verificador de contraste. Trata-se de uma funcionalidade que permite analisar o contraste das cores do texto e de fundo.

A ferramenta faz com que o profissional garanta a acessibilidade visual das cores que foram definidas em um projeto e faça comparações para identificar quais são as melhores tonalidades.

Outro ponto positivo da Adobe Color CC é que ela contém diversos temas que são indicados para daltônicos. Dessa forma, você constrói temas acessíveis para pessoas que têm deuteranopia, protanopia e tritanopia.

  • Deuteranopia: dificuldade para diferenciar as cores verdes;
  • Protanopia: dificuldade para diferenciar as cores vermelhas;
  • Tritanopia: dificuldade para diferenciar as cores azul e amarelo.

Colormind

Outra dica bastante interessante de ferramenta é a Colormind. Aqui, você pode trabalhar com as cores de uma paleta de um jeito mais avançado. Depois de apresentar o esquema de cores, ela indica quais são as melhores opções para utilizar sombras, destaques ou planos de fundo.

Se você deseja melhorar o UI do seu projeto, a ferramenta é uma das melhores opções. A Colormind mostra como as tonalidades se apresentam em alguns itens de UI, como botões e guias.

Paletton

A próxima opção da nossa lista é um gerador de paleta de cores avançado. Ela contém um conjunto de personalizações que permite aos profissionais experimentarem cores de um jeito prático e eficiente.

Você pode customizar a ferramenta por cores monocromáticas, adjacentes e tríades. Após definir um esquema de cores, a Paletton permite aplicar uma simulação para descobrir como as tonalidades ficarão no daltonismo e em vários tipos de tela.

Aqui, destacamos quais são as melhores ferramentas que podem ajudá-lo durante a rotina de trabalho. Apesar delas otimizarem várias funções, recomendamos não se esquecer da identidade da marca da sua empresa ou do seu cliente, caso trabalhe como freelancer. Dessa forma, será mais fácil garantir uma ótima nota para o seu projeto.

Quais são os melhores livros para aprender Teoria das Cores?

A literatura também contém ótimas opções para aperfeiçoar o conhecimento. Vale a pena reservar um período do dia para aprender mais detalhes sobre esse tema.

Grafismo funcional, de Abraham Moles e Luc Janiszewski

Apesar de ser publicado em 1992, a obra ainda é avaliada por muitos profissionais como uma das mais importantes quando o assunto é Teoria das Cores. Ela mostra quais são as funcionalidades de cada uma e como implementá-las corretamente em projetos.

Principios del diseño en color, de Wucius Wong

Essa obra é indicada para designers e artistas gráficos que desejam aprender mais detalhes sobre a Teoria das Cores. De acordo com grande parte dos profissionais, ela é um ótimo manual para conhecer as principais técnicas.

A cor como material e recurso visual, de Peter Boerboom e Tim Proetel

Neste livro, o leitor tem acesso a vários experimentos e exercícios que ajudam a conhecer melhor a materialidade da cor e os efeitos que ela pode trazer na percepção visual.

O que aprender com a teoria das cores em Breaking Bad?

Breaking Bad é uma das séries mais importantes da história. Ela conta detalhes da vida de um professor de química que sofre com um câncer e resolve fabricar e vender metanfetamina para melhorar a renda financeira da família.

O designer gráfico John LaRue, do site TDYLF, desenvolveu um infográfico que mostra a paleta de cores de cada personagem da série. É um ótimo material para servir como inspiração em seus projetos. 

Percebeu o quanto a teoria das cores é fundamental para o desenvolvimento de qualquer profissional? Então, comece a estudar todas as técnicas agora e seja um especialista diferencial na carreira.

Após descobrir as principais informações sobre a teoria das cores, siga-nos nas redes sociais e conheça outras dicas importantes para o seu sucesso profissional.